PF prende três por fraudes de R$ 70 milhões no Paraná

A Polícia Federal no Paraná prendeu nesta terça-feira três suspeitos de quadrilha que desfalcou os cofres públicos em cerca de 70 milhões de reais com fraudes em convênios de saúde pública. Os criminosos agiam por meio de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), uma espécie de organização não governamental (ONG) formalizada e reconhecida pelo Ministério da Justiça como apta a receber recursos públicos e privados. As entidades privadas, sediadas em Curitiba (PR), recebiam dinheiro público do governo federal. A Operação Fidúcia foi realizada em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e mobilizou na deflagração setenta agentes da PF e seis técnicos CGU. A investigação começou em 2011 e encontrou indícios de que a quadrilha desviava dinheiro repassado por termos de parceria na área da saúde fechados pelas entidades com prefeituras paranaenses desde 2005. Os dirigentes das OSCIPs fraudavam licitações, faziam saques de grandes valores em espécie, realizavam pagamentos irregulares a empresas deles mesmos e a empresas de fachada, além de prestarem contas de forma irregular e de não comprovarem a aplicação de taxa de administração, segundo a PF. Além de três mandados de prisão temporária, os agentes cumprem catorzes ordens de busca e apreensão e onze de condução coercitiva expedidas pela Justiça Federal. A operação foi deflagrada em Curitiba, Piraquara, Campina Grande do Sul, Marechal Cândido Rondon e Francisco Alves. A PF informou que os envolvidos já foram indiciados criminalmente por associação criminosa, peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e delitos previstos na Lei de Licitações. O delegado da PF Igor Romário de Paula, disse que não a investigação "não tem nenhuma relação com a Operação Lava Jato", que também encontrou indícios de irregularidades relacionadas ao Ministério da Saúde, na área de publicidade e na em parcerias do laboratório Labogen - casos que teriam beneficiado o ex-deputado federal pelo Paraná André Vargas (ex-PT), indiciado pela PF na Lava Jato. (Veja)